Uma reflexão sobre a recente proibição dos canudos de plástico, por Alfredo Schmitt

Nós, cidadãos que pagamos impostos, ficamos impactados com a quantidade de leis aprovadas por conta de modismos. A moda atual é reclamar do canudo de plástico. Vimos foto de uma tartaruga com um canudo saindo pela narina. Se a imagem for verídica, é um caso muito triste. Se for uma foto montada, é inominável. Ressalto que devemos ter boas práticas ambientais, de sustentabilidade e de cidadania. Entretanto, leis criadas para atender modismos me parecem muito próximas ao dolo.

Digo isso de pessoas que, quando sugerem o fim dos canudos de plástico, ignoram o sofrimento daqueles que, por traumatismos diversos, precisam de canudos plásticos dobráveis para se alimentar, para beber ou para sobreviver. Usava-se a expressão “ouvir o galo cantar, mas não sabe aonde”. Agora, criam leis baseados em opiniões sem ao menos ouvir todas as partes envolvidas. Neste caso, não ouvem as pessoas que dependem destes canudos para viver. Posso garantir que são milhares!

Alguém ouviu médicos para saber de pacientes com recuperação de hérnia de hiato ou câncer de esôfago? Eles têm necessidade desses canudos. O setor plástico brasileiro, também, em momento algum foi questionado sobre isto. Também não ouvimos comentários de que esta polêmica surgiu a partir de um trabalho escolar de um garoto de 12 anos nos Estados Unidos.

Quando pedem o fim dos canudos de plástico, avaliam o quanto se gastará de água para lavar os canudos de metal? Água que vai ser devolvida ao meio ambiente com detergentes e outras sujeiras. Avaliam que canudos de papel (ditos biodegradáveis) deixam como resíduos os produtos que foram utilizados para sua confecção?

Por fim, devemos ter em mente que toda esta polêmica precisa ser resolvida com investimento em conscientização e educação. Proibir os canudos não muda consciência. Educação sim!

Presidente do Instituto SustenPlást e do 3° Congresso Brasileiro do Plástico